quinta-feira, 29 de agosto de 2013

VERDADEIROS OS AMIGOS...

a ti...
Os amigos entram, acomodam-se, instalam-se e ficam a morar cá dentro no nosso coração. Fazem-nos rir, fazem-nos chorar. Riem-se e choram connosco. São sinceros. São francos e leais. Chamam-nos à razão. Os amigos partilham momentos. Desabafam. Partilham sentimentos. Estão perto mesmo quando não estão. Os amigos pedem desculpa... quando erram, quando magoam, ou quando simplesmente precisam de o fazer.
Não há maus amigos, apenas bons! Se são maus é porque não são amigos, mesmo que ainda nos tenham tomado por tontos e nos tenham feito acreditar que um dia o foram. Os maus podem até ter ousado entrar em nós, acomodado, instalado e até terem ficado a morar um tempo cá dentro. Podem até ter sido os reis da casa. Mas, no fim da história, basta fecharmos os olhos e sentir quem realmente JÁ não moram cá dentro... Os maus acabam por deixar a casa livre para quem verdadeiramente merece ficar!

Obrigado aos que são e sabem ser verdadeiros amigos. Adeus aos que fogem!

Beijos abraços e sejam felizes...

Uma agradabelissima leitura A LUZ DA FÉ


Acabei de ler, a primeira encíclica do Papa Francisco (e simultaneamente a última de Bento XVI), Lumen Fidei - Luz da Fé. Apesar de o tema, a Fé, ser muito mais complexo do que os temas das três anteriores encíclicas (Deus Caritat Est - Deus é Amor, sobre o "Amor Cristão". Spe Salvi - Salvos na Esperança, sobre a "Esperança Cristã", Caritat in veritate - A Caridade na Verdade, sobre "o Desenvolvimento Integral na Caridade e na Verdade"), achei este texto muito mais simples, muito mais acessível, muito mais próximo. Não terá sido indiferente o estilo do escrevedor.

As quatro encíclicas papais parecem completar uma triologia alargada e enunciada na Epístola de São Paulo aos Coríntios: «Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.» 1 Coríntios 13:13
«Assim, o dinamismo de fé, esperança e caridade (cf. 1 Ts 1, 3; 1 Cor 13, 13) faz-nos abraçar as preocupações de todos os homens, no nosso caminho rumo àquela cidade, "cujo arquitecto e construtor é o próprio Deus" (Heb 11, 10), porque "a esperança não engana" (Rm 5, 5).
Unida à fé e à caridade, a esperança projecta-nos para um futuro certo, que se coloca numa perspectiva diferente relativamente às propostas ilusórias dos ídolos do mundo, mas que dá novo impulso e nova força à vida de todos os dias. Não deixemos que nos roubem a esperança, nem permitamos que esta seja anulada por soluções e propostas imediatas que nos bloqueiam no caminho, que "fragmentam" o tempo transformando-o em espaço. O tempo é sempre superior ao espaço: o espaço cristaliza os processos, ao passo que o tempo projecta para o futuro e impele a caminhar na esperança.»
Na esperança enraizemos a nossa vida na FÉ.

Reflexão Dominical


Os Primeiros lugares

 

A HUMILDADE.

 

Na sociedade de hoje, é muito comum a procura dos PRIMEIROS LUGARES,

no campo político, social, profissional e outras atividades,

Isso cria muitas vezes um clima de concorrência e competição,

de ódio e conflitos.

As leituras bíblicas propõem nos um caminho diferente:

o caminho da HUMILDADE e da GRATUIDADE...

 

A 1a Leitura fala da virtude da HUMILDADE,

para ser agradável a Deus e aos homens,

para ter êxito e ser feliz.

 

* O texto propõe o caminho da humildade

como forma de "encontrar graça diante do Senhor. 

A humildade nasce da constatação de que "o poder de Deus é grande".

Fazer-se pequeno é reconhecer a grandeza de Deus e confiar nele.

 

A 2ª Leitura afirma que a vida cristã exige de nós

determinados valores e atitudes, entre os quais

a humildade, a simplicidade, o amor...

 

o Evangelho mostra que Jesus veio criar uma nova humanidade,

fundamentada no espírito da humildade.

 

Jesus é convidado para um banquete na casa de um fariseu... e aceita...

Mas fica profundamente impressionado com duas coisas que observa:

a corrida pelos primeiros lugares e o tipo de pessoas que foram convidadas.

E conta duas pequenas PARÁBOLAS:

 

+ A 1ª é para os convidados que escolhiam os primeiros lugares:

Aquele que ocupou o primeiro lugar teve de cedê-lo a um mais importante. Aquele que ocupou o último lugar foi convidado para um lugar melhor.

E Jesus conclui:

"Quem se exalta será humilhado e aquele que se humilhar será exaltado".

 

+ A 2ª é para quem convidara:

   "Quando deres uma refeição, não convides os que poderão retribuir te...

    Pelo contrário, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos...

   Terás uma recompensa na ressurreição dos justos..."

 

= Resumindo: Jesus propõe duas atitudes:

     - Na escolha dos lugares:        HUMILDADE...

     - Na escolha dos convidados: GRATUIDADE: Amor sem interesses...

 

1. O que Jesus observaria hoje?

 

Na Sociedade, há ainda hoje pessoas que correm atrás dos primeiros lugares?

- Escolhendo o trabalho que lhes dê mais lucro...

- procurando lugares que dêem destaque, status e importância;

- preferindo ocupações onde possam ter poder sobre os demais;

- ou ficando decepcionadas, quando ninguém lhes dá o "devido lugar?"

 

 Na Igreja, também existe a corrida pelos primeiros lugares…

A Igreja deve ser a comunidade onde se cultivam a humildade,

a simplicidade, o amor gratuito e desinteressado.  

- Mas de fato, é assim?

Ou assistimos às vezes uma corrida desenfreada pelos primeiros lugares:

pessoas cuja ambição se sobrepõe à vontade de servir…

Buscam títulos, honras, homenagens, lugares privilegiados,

e não o serviço humilde e o amor desinteressado.

 

- Na catequese, que Lucas nos propõe hoje, fica claro que as relações

entre os membros da comunidade de Jesus não se baseiam

em "critérios comerciais", mas sim no amor gratuito e desinteressado.

Só assim todos, inclusive os que não têm poder, nem dinheiro para retribuir,

terão aí lugar, numa verdadeira comunidade de amor e de fraternidade.

 

- Como é bonito numa Comunidade, onde há humildade... solidariedade... sintonia entre as diversas Lideranças, Pastorais e Movimentos...

Não gastaríamos então tantas energias em pequenas implicâncias

e disfarçado espírito de competição...

 

Na Política, existe também a corrida pelos primeiros lugares?

E essa corrida é um desejo sincero de serviço pelo bem do povo

ou uma busca de vantagens para pessoas ou grupos?

 

 

2. Quem são os NOSSOS convidados?

 

- Na Sociedade de hoje, costuma-se convidar quem garanta

  lucro... recompensa... poder... fama... posição social... elogios...

- Jesus convida nos a uma atitude de GRATUIDADE...

 

* Quando prestei um favor a gente simples,

   sempre gostei de ouvir de uma expressão: "Deus lhe pague!"

   Sim, o próprio Deus se torna o nosso grande FIADOR...

 

Um feliz dia de Domingo que Deus da Gratuitidadee do amor  lhe dê uma Boa semana

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Sermão do Pão da Vida; a nossa VIDA!

Dou comigo a pensar...
Tantas vezes  a Palavra proclamada de Jesus é bem "forte", é tremendamente exigente, é difícil de suportar.
Deparamo-nos com a predilecção de Jesus pela Verdade, pela coerência, pela frontalidade, pela transparência de vida e de fé. Palavras do Mestre, bem duras, ao apelidar de hipócritas e maldosos a quantos preferem e escolhem uma postura "mascarada", uma vivência fingida ao olhar dos demais, permanecendo com um coração despedaçado pelo egoísmo e pela mentira, pela falsidade e pela duplicidade de vida!
Percebi, acolhi, aceitei e acreditei que essa Verdade maior que é a fidelidade a Deus é o caminho a trilhar...
Evidentemente que já o sabia, já o sentia; porém, não raras vezes "esquecemo-nos" do que vale mais, muito + mesmo! E interpretei a Palavra de Jesus como "mote" a sublinhar na vida da minha fé e na fé da minha vida.
Na verdade, que importará apresentar-me bem, digno, por fora, se o meu coração estiver desviado do Senhor Jesus?!
Que valerá a beleza dos paramentos, a impecabilidade da liturgia e das suas normas, se a minha alma estiver manchada pelo divórcio entre a e a vida concreta?!
De que servirão palavras eloquentes e sermões apelativos se depois a Verdade for uma palavra ou uma realidade que desconheço no meu peregrinar e no meu ser?!
Os "sinais dos tempos" são, por isso mesmo, bem claros: sou chamado, somos desafiados, à fidelidade do Evangelho, à paixão pela verdade, à experiência da frontalidade, à adesão à transparência da nossa vida. Somos convocados a entender e a acreditar que, como também diz a Escritura, que "importa obedecer antes a Deus dos que aos homens" e que, portanto, não importam nem interessam as imagens e as máscaras, os rostos distorcidos e mentirosos, as aparências piedosas e benfeitoras se, na verdade do nosso interior, Deus não tem um lugar de destaque, uma presença proeminente.
Pedi a Deus que me tornasse mais e + apóstolo desta Verdade; rezei para que cada um de nós optasse, definitivamente, por agradar antes a Deus do que aos homens, sejam eles o Senhor Bispo, o vizinho, aquele familiar... o amigo!
Se não houver Verdade na vida, simplesmente somos mentirosos!
As aparências são sempre prejudiciais; os esforços por manter uma imagem determinada estão sempre condenados ao fracasso!
O "carreirismo" social, profissional, religioso, clerical, é sempre um afastamento do Evangelho.
Afinal, somos sempre nós que escolhemos, isto é, que decidimos aquilo que queremos escutar do Coração de Deus: "vinde benditos de Meu Pai" ou, ao invés, "afastai-vos de Mim, vós que praticastes a iniquidade"!
"Os sinais" são bem explícitos...
Que Deus nos ajude a escolher a Verdade em detrimento da hipocrisia, a Alegria da fé à caducidade do pietismo alienado, a experiência da justiça ao abraço e cumplicidade com os egoísmos tantos que grassam no mundo e na Igreja.
E juntos, em Igreja, em Comunidade, em família de mulheres e de homens de Ervedosa, Casais e Sarzedinho, que caiem mas que se decidem a erguer-se, sigamos o Mestre, por mais exigente que nos pareça ser... só Ele é Caminho, Verdade e Vida para cada um de nós...

Meditando na Liturgia da Palavra

Reflexão XXI Domingo do Tempo Comum

A Salvação

 

A Liturgia propõe hoje o tema da SALVAÇÃO.

A Salvação é um dom, que Deus oferece a todos,

mas a porta para entrar no Reino é estreita.

 

As leituras bíblicas aprofundam esse tema:

 

Na 1a Leitura, o Profeta fala de uma Comunidade Universal.

Deus oferece a salvação a todas as pessoas e a todos os povos:

"Eu virei para reunir os homens de todos os Povos;

eles virão e verão a minha glória".

E acrescenta algo inaudito: "Escolherei estrangeiros devotos ao meu nome...

e os enviarei como missionários para anunciar a salvação".

 

A 2ª Leitura afirma que o homem encontra a Salvação em Deus e

deve deixar-se guiar  por ele. Como Pai, corrige e repreende

os que se desviam do bom caminho da Salvação para que alcancem

a meta final, a herança reservada a seus filhos.

 

No Evangelho, Jesus aponta o caminho da salvação.

 

- Começa com uma pergunta dirigida a Jesus:

   "São muitos os que se salvam?"

   Os judeus estavam convencidos de que só povo de Israel se salvaria...

 

- Jesus não responde à pergunta, dizendo o NÚMERO dos que se salvam...

  Prefere revelar o CAMINHO para a salvação.

  Fala que o banquete do "Reino" é para todos.

  No entanto, não há entradas garantidas, nem bilhetes reservados

  e estreita é a porta para entrar nele.

 

- Complementa o pensamento com uma PARÁBOLA:

  Um Senhor oferece um banquete.

  Todos podem tomar parte, porque é de graça. Todos procuram entrar.

  Alguns passam, outros não conseguem. A um certo ponto a porta fecha se.

- Quem está dentro? Os patriarcas... os profetas... o Padre Luis

  e uma multidão incontável, vinda de todos os lados...

- Quem está fora? Um grupo que conheceu o Senhor e

  pretende entrar de qualquer jeito, expondo os seus motivos:

  "Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste em nossas praças".

  E o Senhor não abre a porta e manda-os embora... 

  Não basta o privilégio de pertencer ao povo eleito...

 

- E, aos "convencidos" de ter a salvação garantida, conclui com um alerta:

  "Não vos conheço..."

 

+ A Salvação é oferecida para todos,

independentemente de raça, de condição social, econômica ou religiosa...

Deus oferece gratuitamente a Salvação, mas espera nossa resposta,

o nosso compromisso com os valores do Evangelho.

Basta acolher essa oferta, aderir a Jesus e entrar pela "porta estreita".

* Mas para muitos, a "porta estreita" não é muito popular...

  A felicidade encontra-se no poder, no êxito, na posição social,

  nos cinco minutos de fama que a televisão proporciona, no dinheiro...

 

Para passar pela PORTA ESTREITA, são necessárias duas coisas:

- Desfazer-se de muitas "gorduras", de tanta coisa desnecessária...

- Tornar-se pequeno, simples, humilde, servidor, como criança:

  "Quem não se fizer como criança não terá lugar no reino de Deus".

  Os de grande estatura e os gordos não passam...

 

 Um alerta:

Não haverá privilegiados, entradas garantidas, bilhetes reservados...

O ser cristão não é um meio mágico de salvação;

ela é o resultado do encontro entre o esforço humano e o dom de Deus.

Para salvar-se, não basta entrar na Igreja uma vez pelo Batismo,

mas querer entrar todos os dias pela "porta estreita"

da fidelidade à mensagem de Cristo e do Evangelho.

 

- Naquela hora, acreditem, não haverá desculpas:

Não serve ser apenas católico desde criança... Ir à missa todos os domingos, confessar-se com frequência, ajudar a Igreja...

Sou amigo do Padre Luis... do Bispo... 

 

- Naquela hora, poderá ter surpresa:

  "Não sei de onde és... afastem-se de mim...

  Há últimos que serão primeiros e primeiros que serão últimos."

  = Estranhos entrarão na glória e "praticantes" excluídos do banquete...

 

+ São muitos os que se salvam?

Jesus não respondeu diretamente à pergunta quanto ao Número,

fala dos Destinatários da salvação e o Caminho para consegui-la":

A "porta estreita" do despojamento e da humildade...

 

Se olharmos apenas as exigências de entrar pela "porta estreita",

poderíamos ficar preocupados...

Mas sabemos que Deus é mais bondade e misericórdia, do que justiça.

Cristo garante-nos: "Eu sou a porta, quem entrar por mim, será salvo..."

E São Paulo garante-nos uma verdade muito consoladora:

"É vontade de Deus que todos os homens se salvem,

e todos cheguem ao conhecimento da verdade..." (1Tm 2,4)

A porta é estreita, mas está aberta...

 

Dia do Leigo e do Catequista

Saúdo nesse dia a todos os LEIGOS e CATEQUISTAS

que exercem esse precioso serviço na Comunidade.

Obrigado por tanto bem que realizam e pelas marcas de Deus que sempre deixam na nossa bela Comunidade Paroquial de Ervedosa do Douro.

Abraço da Paz é coisa de irmãos!

Fico deveras surpreendido quando na celebração da Eucaristia verifico que há irmãos que, aquando do Abraço da Paz, percorrem meia igreja para ir dar um beijo ou um abraço a um amigo que está do outro lado, ou à mãe e ao pai que ficaram nos bancos do fundo, mas que pelo caminho não estenderam a mão, o olhar, uma palavra ou um sorriso àquele irmão que conhecem e que estava mesmo ao lado... nem a nenhum outro, no caminho até à pessoa conhecida do outro lado da Igreja...

Quando assim é, o gesto deixa de ser Sinal! Deixa de ser PAZ...

De facto, em si mesmo, o gesto nada tem de mal, não fosse aquilo que tantas vezes evidencia: uma comunhão, uma relação, uma irmandade que não é capaz de passar dos laços do sangue...
e é uma pena, porque Jesus de Nazaré claramente desafia a fazer irmãos para lá dos laços do sangue, para lá do conforto das relações com aqueles que conhecemos bem...


Mas também fico encantado quando verifico que, de cada vez que alguém estende a mão, sorri e abraça aquele irmão que não conhece, o rosto de ambos ilumina-se numa alegria e paz que só podem ser coisa do Espírito, e sinal do Reino de Deus entre nós!
 
Um bom dia de abraços... para todos!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013


 
Eu, mais eu e (só) às vezes Deus

 

Já me zanguei com Deus muitas vezes.
Viro-lhe as costas e parto, rezingão, fingindo ter muito que fazer.

Ocupo-me, entretenho-me, perco-me em dias sem substância porque feitos só de mim.
E chego a convencer-me que a espuma dos dias é projeto que chegue.

 Se me esforço, consigo até, com persistente criatividade, descobrir mil razões que justificam a vacuidade.

 Oh!

Tantas ilusões, ambições... tanto caminho e tantas metas à minha espera...


Às vezes, é no meio da vertigem das horas vividas assim, em remoinho à volta do meu umbigo, que O pressinto, sereno e quieto, como quem espera que a birra passe à criança rebelde.

 Nada me diz, nem a nada me obriga. Mas sei que está ali, pacientemente, à espera.
E basta isso para que todo o vértigo espumoso caia por si, vazio de sentido.
Sei que o homem é tenda para Deus.
O que também  não me parece demasiado estranho.
Pois os rios também correm para o mar.

O que me assombra e desconcerta é que Deus se tenha feito homem para me falar de si em mim!
E quando me atrevo a empreender com Ele o caminho de regresso à casa paterna, descubro, perplexo, que sempre esteve à minha espera.
Porque És assim.. MEU DEUS!