segunda-feira, 19 de agosto de 2013


 
Eu, mais eu e (só) às vezes Deus

 

Já me zanguei com Deus muitas vezes.
Viro-lhe as costas e parto, rezingão, fingindo ter muito que fazer.

Ocupo-me, entretenho-me, perco-me em dias sem substância porque feitos só de mim.
E chego a convencer-me que a espuma dos dias é projeto que chegue.

 Se me esforço, consigo até, com persistente criatividade, descobrir mil razões que justificam a vacuidade.

 Oh!

Tantas ilusões, ambições... tanto caminho e tantas metas à minha espera...


Às vezes, é no meio da vertigem das horas vividas assim, em remoinho à volta do meu umbigo, que O pressinto, sereno e quieto, como quem espera que a birra passe à criança rebelde.

 Nada me diz, nem a nada me obriga. Mas sei que está ali, pacientemente, à espera.
E basta isso para que todo o vértigo espumoso caia por si, vazio de sentido.
Sei que o homem é tenda para Deus.
O que também  não me parece demasiado estranho.
Pois os rios também correm para o mar.

O que me assombra e desconcerta é que Deus se tenha feito homem para me falar de si em mim!
E quando me atrevo a empreender com Ele o caminho de regresso à casa paterna, descubro, perplexo, que sempre esteve à minha espera.
Porque És assim.. MEU DEUS!
 

 

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